Abalando a estrutura do edifício, no coração da Lapa
Luiz Maurício – mais conhecido como Lulu, acompanhado de sua
banda, comparece, ao apagar das luzes da noite de 28 de maio de 2016, diante de
um mar de gente que invade a Fundição Progresso, no centro do Rio de Janeiro,
para embarcar em uma viagem, com partida no início dos anos 1980, promovida
pelo show “Clube£ux”, que conduz a legião de fãs do artista no embalo de hits e
de novidades presentes em seu mais novo álbum, que leva o seu nome de batismo.
A pontualidade de Lulu Santos para com o início do espetáculo
faz jus ao seu porte de um despojado, mas sempre elegante e figurado Lorde,
abrindo o show com o sucesso “Toda Forma de Amor”, seguido de “Já É” e
levantando a multidão com “Aviso aos Navegantes”. Toda a plateia se faz
receptiva ao desabrochar do romantismo a partir de “Um Certo Alguém” e de “O
Último Romântico”, dando vez à versão de “Baião” de Luiz Gonzaga, como
introdução para que “Tudo Azul” cubra a multidão com um acolhedor cerúleo que
aquece seus corações, presenteados com “Apenas Mais Uma de Amor”. Sob um delirante
e romântico transe, os passageiros da Fundição Progresso são reconectados ao
século XXI – através de “Sócio do Amor”, um dos sucessos de seu mais recente
álbum – com direito uma saudosa gandaia embalada por “Dancin’ Days”. Na voz do
baixista Jorge Ailton, “Clube£ux” retoma o ano de 1986 com “Kiss”, prestando um
condigno tributo ao funk do insubstituível “Prince”.
Seguindo a rota de volta à atualidade, a luz emanada pelas telas
dos smartphones transforma a trajetória, ao som de “S.D.V”, em um mar resplandecente,
culminado em um breve intervalo para a recomposição da banda e de seu
comandante, mantendo um patchwork sonoro composto por alguns sucessos de Lulu
Santos, mixados pelo DJ Sany Pitbull.
A segunda parte do show explode ao som do “Descobridor dos Sete
Mares”, de Tim Maia e, nesse momento, conta com a presença bombástica de Seu
Jorge, abalando a estrutura do edifício, no coração da Lapa. Aplacando os
ânimos, o playlist define uma trinca coringa ao som da arrebentação, com
“Sereia”, “De Repente Califórnia” e “Como Uma Onda”, sugerindo um precoce
término do show, inaceitável pela aglomeração de fãs de Lulu Santos que ocupa
todos os espaços concebíveis da sala de espetáculos e que, através de clamores e
ovações, demonstra a sua ânsia pela continuidade da noite £ux. “Certas Coisas”,
“Casa” e a derradeira “Tempos Modernos” fecham mais uma espetacular apresentação
de Luis Maurício e do indissolúvel e imprescindível elenco do espetáculo
composto por: Milton Guedes – nos sopros e no vocal; Andrea Negreiros – Bella
Robotka no vocal; Pedro Augusto – no teclado; e Silvio Charles – no violão e
percussão; Sérgio Melo e
Pretinho da Serrinha.