Som
e fúria
Uma
espetacular trilha sonora mixada a frenéticas cenas de ação define a
contextualização do filme “Em Ritmo de Fuga”. O espectador é capturado através
do sentido da audição, arremessado ao passado musical e inserido em uma
narrativa explosiva, em extrema sintonia com o protagonista – Baby, docilmente
fatal por Ansel Elgort. Seu ofício – piloto de fuga de quadrilhas de
assaltantes comandadas por Doc (Kevin Spacey). Seu estilo – fones de ouvido e
tocador de mp3 como assessórios permanentes definindo ritmos para a
multiplicidade de atividades do seu dia a dia, em especial ao pilotar para
assaltantes. Seu passado – órfão de pai e mãe, mortos em trágico acidente
automobilístico no qual estava presente, causando-lhe uma lesão auditiva
conhecida por trauma acústico, rendendo-lhe um zumbido permanente. Seu tratamento
paliativo – injeção de música em alto volume no seu aparelho auditivo de modo a
mascarar o zumbido que lhe atordoa 24 horas por dia.
O
romance que sateliza a história é mero coadjuvante do divertido roteiro de
autoria de Edgard Wright, que acumula a direção do filme, deitando no colo do
espectador um molho de clichês. Contudo, Wright é prudente em tornar crível os
desejos e os objetivos do protagonista em comum com a sua habilidade como
exímio “car driver”, repleta de som e fúria, desde início do filme com
“Bellbottoms” – The Jon Spencer Blues Explosion atingindo a tranquila versão de
“Easy” – Sky Ferreira, no limiar de seu final.
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