Não se entrega um ponto de vista político ou histórico relevante, mas se distancia de um thriller descartável
A história do sequestro de um avião francês, em 27 de junho
de 1976, sob autoria de um grupo de ativistas pró-Palestina liderado por
Wilfried Böse (Daniel Brühl) e Brigitte Kuhlmann (Rosamund Pike) – a mais nova
versão de fatos reais de José Padilha, “7 Dias em Entebbe”. O longa político
propulsivo direcionado a um perigo crescente tenta conectar o espectador aos
diálogos ‘revolucionários’ que, em alguns momentos, tornam-se desmotivadores
diante da trajetória do avião que parte de Tel Aviv - Israel com 248
passageiros e é desviado para o aeroporto de Entebbe – Uganda. A negociação
parte da exigência dos sequestradores para que o governo de Israel liberte 53
terroristas mantidos em prisões israelenses. Caso contrário, seriam mortos
todos os 100 israelenses dentre os 248 passageiros da aeronave sequestrada.
Padilha concede uma atmosfera épica ao longa, sem definição
de fronteira entre o bem e o mal, mas transformando uma questão complexa diante
de ações repreensíveis realizadas por aqueles que se intitulam combatentes da
liberdade. Padilha não se aprofunda no conflito entre Israel e a Palestina que
dura mais de 40 anos. Consequentemente, não se entrega um ponto de vista
político ou histórico relevante, mas se distancia de um thriller descartável,
ao lembrar que houve um breve período durante o qual as conversações de paz
pareciam viáveis. Mas que, nos dias atuais, tal utopia se encontra cada vez
mais distante.
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