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Mickey 17: A Promessa de Bong Joon-Ho que Decepcionou e Surpreendeu em Igual Medida | Crítica | Cinema

Foto do escritor: circuitogeralcircuitogeral

Uma premissa intrigante

Mickey 17: A Promessa de Bong Joon-Ho que Decepcionou e Surpreendeu em Igual Medida | Crítica | Cinema


Pontos Positivos:


  1. Atuação de Robert Pattinson: A performance de Pattinson é indiscutivelmente o ponto alto do filme. Sua habilidade em interpretar dois papéis contrastantes, Mickey 17 e Mickey 18, demonstra uma gama impressionante de nuances emocionais, mesmo diante das falhas estruturais do roteiro. Sua química com Naomi Ackie também é um dos poucos momentos genuínos e emocionais da narrativa.

  2. Exploração de Clonagem e Identidade: O conceito de clonagem e a tentativa de explorar questões existenciais relacionadas a essa ideia, como identidade, memória e a repetição da vida, embora tratadas superficialmente, ainda oferecem uma premissa intrigante. A introdução de Mickey 18, um clone selvagem, poderia ter sido uma oportunidade maior para aprofundar esses temas.

  3. Estilo Visual e Direção de Bong Joon-Ho: Embora o filme não atinja o mesmo nível de profundidade de obras anteriores, a assinatura de Bong Joon-Ho está presente, especialmente em sua habilidade de criar uma atmosfera tensa e única. A estética visual do filme é cativante e mantém o espectador engajado, refletindo sua marca de direção criativa e inovadora.

  4. Tensão entre os Mickeys: A interação entre os dois Mickeys, especialmente nas cenas de confronto e suas dinâmicas de "esconde-esconde", traz uma pequena dose de tensão e conflito psicológico, ainda que não seja tão explorada quanto poderia ser.


Pontos Negativos:


  1. Falta de Profundidade Filosófica: Embora a premissa de clonagem e as questões existenciais sejam centrais, o filme falha em aprofundar essas ideias, tratando-as de maneira superficial. Ao invés de oferecer uma reflexão complexa sobre a vida e a identidade, o filme se limita a um tratamento raso das questões filosóficas, sem dar ao público o que ele espera em termos de profundidade.

  2. Repetição Cansativa: A ideia de morte e clonagem, que inicialmente parecia interessante, rapidamente se transforma em uma sequência exaustiva de mortes repetidas e sem evolução. A comédia de situações que surge do ciclo de mortes se torna uma repetição mecânica e cansativa, sem trazer a profundidade ou alívio esperado.

  3. Desaproveitamento de Personagens: Personagens como os interpretados por Mark Ruffalo e Toni Collette, embora bons atores, são mal desenvolvidos e não possuem impacto real no avanço da trama. Sua presença parece mais decorativa, e eles não contribuem significativamente para a evolução do enredo, o que diminui o potencial da história.

  4. Falha em Abordar Temas Sociais Profundos: Bong Joon-Ho é conhecido por suas obras com forte crítica social, como Parasita e Expresso do Amanhã. No entanto, Mickey 17 aborda de maneira superficial e vaga temas como colonialismo e divisões sociais. A alegoria do espaço e da colonização, embora promissora, não se aprofunda o suficiente para oferecer uma reflexão impactante sobre esses problemas, tornando-se mais um eco de suas obras anteriores, sem a mesma originalidade e força.

  5. Falta de Coerência e Direção Clara: O filme carece de uma direção clara e coesa. As promessas de um grande retorno de Bong Joon-Ho após Parasita não se concretizam, já que o filme oscila entre o tedioso e o superficial. A história parece fragmentada e a progressão dos eventos muitas vezes não faz sentido, gerando um sentimento de frustração por não se atingir o potencial que o conceito inicial indicava.


Por Paulo Sales

Mickey
1921


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