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“Novo Fluxo” — quando o corpo vira rio e a cena, resistência

O espetáculo transborda os limites do palco tradicional e segue em movimento, fazendo jus ao seu nome

Novo Fluxo

“Novo Fluxo” — quando o corpo vira rio e a cena, resistência 


Há espetáculos que não apenas se assistem — se atravessam. Novo Fluxo, a mais recente criação da Cia Híbrida sob direção do inquieto e visceral Renato Cruz, é desses mergulhos cênicos que não pedem licença: eles escancaram novas margens.


Com estreia marcada para o dia 2 de maio no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, o espetáculo transborda os limites do palco tradicional e segue em movimento, fazendo jus ao seu nome: ocupará também o Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e, em seguida, se espraiará por equipamentos culturais nas periferias da cidade — onde o novo pulsa com mais potência.


Nascido da inquietação e da escuta do tempo presente, Novo Fluxo propõe um rompimento com a lógica da aceleração. Em vez de espetáculo como performance performada, vemos o espetáculo como pulsação partilhada. A obra carrega em seus gestos uma urgência silenciosa: a de despressurizar, de con-fluenciar, de existir em companhia — não por coesão estética, mas por necessidade ética. Aqui, o corpo dança não para exibir, mas para propor: caminhos, paradas, respiros.


É também uma continuidade e um fechamento: a peça encerra a série que a companhia desenvolve desde 2015 sobre os desafios da contemporaneidade (que inclui títulos como Non Stop, Ininterrupto e Antiflow). Se os anteriores tocavam o fio da contenção e do abismo urbano, Novo Fluxo parece finalmente permitir o vazamento, o reencantamento com o outro e com o agora.


A coreografia não conta uma história: ela evoca — com referências sutis à filosofia de Ailton Krenak e à ancestralidade de Antonio Bispo, os corpos criam imagens que não querem ser decifradas, mas sentidas. Corpos-rio que se permitem desaguar sem culpa. Que encontram força ao se desviar da rota e tocar margens improváveis.


Novo Fluxo é mais do que uma coreografia: é um convite a experimentar outra maneira de estar no mundo. A dançar não só com os pés, mas com as ideias, com os afetos, com o tempo.


Serviço :  ESTREIA - 2 de maio - sexta-feira - 20h 

  • Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto - Rua Humaitá, 163 - Humaitá

2 de maio - sexta-feira - 20h 

3 de maio - sábado - 16h (Libras)

4 de maio - domingo - 19h (audiodescrição) - obs: 17h oficina de dança gratuita ministrada pela Cia Híbrida

  • Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro - Rua José Higino 115, Tijuca

30 de maio  - sexta-feira -  19h (Libras)

31 de maio -  sábado  - 19h - obs: 17h oficina de dança gratuita ministrada pela Cia Híbrida

                1 de junho - domingo - 18h -(audiodescrição)

Ingresso: R$ 10 e R$ 5 

Livre 


Ficha Técnica:

Direção geral, concepção e coreografia: Renato Cruz

Direção de produção: Steffi Vigio

Ensaiador: Jefte Francisco

Intérpretes criadores: Fábio Max, Jefte Francisco, Josh Antonio, Maju Freitas, Rayan Sarmento, Tamara Catharino, Yuri Tiger

Iluminação: Renato Machado e Diego Diener

Música: – Lucas Marcier e Gabriel Amorim

Figurinos: Karlla de Luca

Designer gráfico – Isabela Schubert

Gerenciamento de redes sociais: Infusão Marketing Digital

Assessoria de Imprensa: Claudia Bueno


Núcleo
2048


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