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Nuang - Caminhos da Liberdade: Uma Odisseia de Resistência e Identidade que Ecoa no Coração do Brasil | Teatro

 Uma ode à resistência e à busca de identidade

Nuang - Caminhos da Liberdade

Nuang - Caminhos da Liberdade: Uma Odisseia de Resistência e Identidade que Ecoa no Coração do Brasil | Teatro


Em uma atmosfera onde as memórias ancestrais dançam com a modernidade, "Nuang - Caminhos da Liberdade" emerge como uma ode à resistência e à busca de identidade. Este espetáculo infantojuvenil, produzido pela Obalufônica, se apresenta como um prisma multifacetado que reflete as complexidades do ser humano em sua incessante busca por pertencimento.


A narrativa de Nuang, sequestrada de seu Reino de Uthando e trazida ao Brasil, nos convida a uma jornada que é tanto pessoal quanto coletiva. A menina não é apenas uma protagonista, mas um símbolo de todas as vozes silenciadas que clamam por retorno — não apenas geográfico, mas espiritual e cultural. É um convite enigmático a confrontar o passado e a tecer novas possibilidades de futuro, onde a memória não é um peso, mas uma força motriz.


O espetáculo se destaca não apenas pela sua rica trama, mas pela forma como integra a música e as artes visuais. As canções originais, executadas ao vivo com uma fusão de instrumentos brasileiros e africanos, oferecem uma sonoridade que é tanto acolhedora quanto desafiadora. As máscaras que adornam os atores não apenas embelezam, mas revelam, trazendo à tona outras personagens que, como sombras, enriquecem a narrativa e a tornam ainda mais poliédrica.


No entanto, a verdadeira ousadia de "Nuang" reside em sua abordagem da inclusão, especialmente através da intérprete de LIBRAS, que se move entre os papéis de atriz e tradutora. Este gesto quebra as barreiras que frequentemente segregam as vozes em palcos convencionais, fazendo ecoar a ideia de que a verdadeira liberdade só é possível quando todas as vozes são ouvidas e respeitadas.


Ao apresentar a conexão entre os primeiros quilombos e os povos originários, o espetáculo não apenas narra uma história, mas propõe uma reflexão sobre as intersecções de cultura e resistência. No entanto, essa beleza é embebida em uma crítica velada à falta de reconhecimento das múltiplas identidades que compõem o Brasil contemporâneo. A liberdade, portanto, não é um estado a ser alcançado, mas um caminho que deve ser percorrido com coragem e coletividade.


"Nuang - Caminhos da Liberdade" é mais do que um espetáculo; é um manifesto sutil, porém virulento, contra o esquecimento. É um lembrete de que as raízes que nos sustentam são, ao mesmo tempo, as que nos impulsionam para o futuro. Assim, ao final da jornada, fica a pergunta: estamos prontos para escutar e valorizar essas histórias que nos atravessam? A resposta, como a própria peça, é tão complexa quanto reveladora.


Serviço:

Espetáculo: “Nuang - Caminhos da Liberdade”

Temporada: 28 e 29 de setembro, às 16h

Local: Teatro Municipal Ziembinski

Endereço: Rua Heitor Beltrão, S/N - Tijuca 

Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia entrada) na plataforma Eleven Ticket

Classificação Indicativa: Livre


FICHA TÉCNICA

Baseado no livro de Janine Rodrigues

Atuação: Hebert Said, João Pedro Zabeti, Samara Costa e Tatiana Henrique 

Tradução em Libras: Sheila Martins

Concepção, direção e transcriação textual: Tatiana Henrique 

Produção: Bruno Ambrósio

Máscaras: Rodrigo Sangodaré 

Figurino e Cenografia: Carla Costa 

Assistência de figurino: Cássia Salles 

Assistência de Cenografia: Mariana Alves 

Direção Musical: Lwiza Gannibal 

Preparação vocal: Lilian Valeska 

Composições: Lwiza Gannibal e Tatiana Henrique 

Iluminação: Thayssa Carvalho 

Operação de luz: Junio Nascimento 

Operação de som: Hugo Charret

Assessoria de Imprensa: Angélica Zago / Angel Comunicação e Assessoria

Apoios: CBTIJ, Centro de Teatro do Oprimido, Goethe Institut, Movimento Moleque,  Piraporiando, Teatro Municipal Ziembinski

Realização: Obalufônica e Humus


Por Paulo Sales


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