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Território do Amor: espetáculo musical une grandes divas da canção em uma ode poética ao amor, à dor e à memória | Teatro | Crítica

Ideal para navegadores experientes que apreciam travessias densas, espirituais e carregadas de beleza não óbvia

Território do Amor

Pontos Positivos 


1. Ambientação e Cenografia

O cenário transforma o palco em um navio onírico, entre o céu e o mar, entre o purgatório e o coração humano — Navegação perfeita.


2. Direção (José Possi Neto)

Ritualística, respeitosa e carregada de simbolismo. Possi conduz o espetáculo como um capitão experiente que lê as estrelas — Timoneiro de alma e sombra.


3. Texto (Gabriel Chalita)

Lírico, doloroso, etéreo. Uma dramaturgia emocional que atravessa marés interiores — Navegação por cartas náuticas da alma.


4. Direção musical (Daniel Rocha)

Arranjos fluidos, que costuram culturas e estilos como quem traça rotas intercontinentais — Correnteza melódica de precisão.


5. Interpretações Individuais das Atrizes

Cada atriz é um farol, revelando não só a personagem, mas o oceano emocional por trás dela. Destaques para Neusa Romano (Maysa) e Tatiana Toyota (Mercedes Sosa) — Estrelas fixas no firmamento teatral.


6. Coro (Instituto Baccarelli)

Um coral não como enfeite, mas como vento ancestral nas velas da memória — Maré vocal de gerações.


7. Figurino e Visagismo

Figurinos que parecem cartas esquecidas no fundo do baú, com marcas do tempo e da dor — Roupas com alma de velas rasgadas.


8. Iluminação (Wagner Freire)

Cria atmosferas com pinceladas de sonho e morte. Um farol que guia sem ofuscar — Luz de tempestade interior.


9. Sonoplastia (Eduardo Pinheiro)

Trilha emocional sutil, como marulho ao fundo — Oceano sonoro discreto.


10. Coreografia (Kátia Barros)

Movimentos mínimos, com densidade simbólica — como correntes submarinas — Dança das águas paradas.


Pontos Negativos


1. Exigência emocional e estética do público

É um espetáculo que exige entrega profunda e não busca agradar. Pode afastar quem busca leveza ou entretenimento direto — Mar revolto para navegantes casuais.


2. Ausência de narrativa linear

Pode causar desorientação em espectadores menos afeitos à dramaturgia sensorial — Rota sem bússola para alguns tripulantes.


3. Tom sombrio constante

A persistência da dor e da ausência pode ser emocionalmente exaustiva — sem grandes respiros — Travessia densa, sem porto seguro.


4. Dificuldade de identificação com todas as personagens

O número elevado de figuras femininas pode diluir o foco para quem não possui familiaridade prévia com suas histórias — Demanda cartas náuticas do passado.


Nota Final: 5  — Travessia rara, para navegantes da alma.


Por Paulo Sales

Travessia
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