
Um Passeio no Bosque - A encenação é pautada no jogo entre os dois intérpretes
A ideia de “desarmamento”, e o alerta para que não deixemos rígido o fio que une os extremos

Escrito em 1988, o espetáculo “Um Passeio no Bosque, do autor norte-americano Lee Blessing, propõe a ideia de “desarmamento”, e o alerta para que não deixemos rígido o fio que une os extremos, pois se ele romper; não haverá parte; não haverá todo: não mais haverá. Atemporal, já que ainda presenciamos intolerância e violência a partir da pulverização das fake news no Brasil, a peça, que é dirigida por Marcelo Lazzaratto, tem no elenco o ator que participou da primeira montagem deste autor no Brasil nos anos 2000. O texto indicado ao Pulitzer já foi montado em mais de 60 países.
Acompanhada de uma exposição composta por imagens e textos - a ser visitada antes e depois do espetáculo - que pauta como o “desejo pelo poder” nos faz gerar maior capacidade de destruição que de preservação. “Um Passeio no Bosque” traz o encontro entre dois diplomatas representantes de potências adversas em um bosque na Suíça, uma terra de neutralidade e perfeição cívica. E, para chamar atenção do público para a complexidade da relação entre os diplomatas que quase coloca em xeque a humanidade, a peça aposta na simplicidade cênica.
A encenação é pautada no jogo entre os dois intérpretes. Um deles, o mais velho, é um russo, Andrey (Beto Bellini), com larga experiência diplomática, cético em relação ao próprio trabalho, com o entendimento de que as coisas não são exatamente possíveis de serem transformadas, e que a paz é uma constante tentativa e não um êxito a ser alcançado. O outro, que ainda acredita que isso é possível, é um jovem americano idealista, John, com firme crença no poder da diplomacia e em sua habilidade pessoal. As grandes questões da política internacional – a guerra ou a paz – são tratadas pelos dois diplomatas de maneira frustrada pois eles não abrem mão de seus próprios benefícios e suas conveniências momentâneas.
FICHA TÉCNICA
Autor – Lee Blessing
Tradutora – Bárbara Heliodora
Diretor e Iluminador – Marcelo Lazzaratto
Elenco: Beto Bellini e Gustavo Merighi
Coordenação de Produção – Tina José
Direção de produção – Erika Barbosa
Produção Executiva – Ana Velloso e Vera Novello
Assessoria de Imprensa – Alessandra Costa
Redes Sociais – Fernanda Portella
Cenotécnico – Matheus Tomé
Figurinos – Ricardo Pettine
Art designer – Ivan Vinagre
Visagismo – Susi Merighi
Operador de luz e som – Jonas Ribeiro
Fotos – Kim Leekyung
SERVIÇOS:
Teatro Solar de Botafogo
Temporada até 25/09/2021 - sextas e sábados - sempre às 20h
Valores: R$40,00 / R$20,00
Lotação: 90 lugares
Classificação 12 anos