sob a
ótica
do
espectador
A Árvore da Lagoa - Entre LEDs e Panetones
Por Paulo Sales
27 de novembro de 2025
Fotos: MSenna
Vídeo: PSales
A Árvore do Rio voltou!
Depois de cinco anos sem esse monumento natalino flutuante que parece ter sido desenhado pelo Papai Noel depois de fazer um curso no Senai, eu já estava achando que o Rio ia passar o Natal só com luz de poste piscando.
E eu, que sempre achei que a Árvore da Lagoa era quase um primo distante: você vê uma vez por ano, ela muda um pouquinho, brilha mais que o normal e, mesmo assim, você gosta. A diferença é que esse primo não pesa 140 toneladas nem aguenta ventos de 120 km/h. Se aguentasse, o Natal da família seria muito mais interessante.
A Dream Factory, que já fez carnaval, réveillon e possivelmente alguma festa de aniversário que você achou chique sem saber por quê, decidiu que acender luz não era suficiente. Precisava de ritual. O brasileiro adora um ritual: acende vela, acende fogos, acende a paciência. Agora acende a Árvore da Lagoa apontando 12 canhões de luz para o Cristo Redentor, que deve estar pensando: “Gente, eu só queria descansar um pouco…”.
A decoração? Van Gogh. Porque se é para fazer Natal, que seja com cultura, meu amor. A árvore terá uma Noite Estrelada versão carioca: as 27 estrelas da bandeira nacional subindo pela estrutura, como uma constelação dizendo “olha aí, Brasil, continua firme!”. Depois fica toda amarela. Depois entra no modo Natal clássico, com 45 efeitos de luz. A árvore tem mais fases que um smartphone desbloqueado, e olha que a gente nem está falando do décimo terceiro, que nunca tem efeitos especiais.
A logística é tão intensa que há dois brigadistas morando dentro da árvore 24 horas por dia. Sim, morando dentro da árvore. Isso é quase um reality show da Amazon Prime, só que com menos drama e mais extintor de incêndio.
E claro, vai ter programação cultural: Diogo Nogueira, Focus, ópera, cantata… Tudo isso nos Parques de Natal do Lagoon e Cantagalo. Até Papai Noel está lá recebendo crianças de graça, o que prova que o bom velhinho definitivamente não paga IPTU.
O padre Omar ainda transformou a igreja em um hub de solidariedade. É isso que eu amo no Rio: a gente transforma tudo em hub. Hub de inovação, hub criativo, hub de samba e agora hub de presente para os vulneráveis. O carioca, se deixar, cria até hub de hub.
UM BOTÃO VERDE
PORQUE AINDA É BRASIL
Todo dia alguém diferente vai apertar um botão verde para começar o espetáculo. Já confirmaram Eduardo Paes, Magda Chambriard…
Ah, e este ano é sustentável: o gerador usa Diesel R, com 10% de conteúdo renovável. O Rio sendo iluminado com gordura vegetal… Se colocarem mais um pouco, a árvore vai sair de lá com o colesterol bom equilibradíssimo.
No final, a Árvore da Lagoa é isso: uma desculpa maravilhosa para fazer o carioca se reunir, se emocionar, tirar selfie e reclamar da vida enquanto admira algo realmente bonito. Uma mistura de caos, poesia, luz demais e aquele jeitinho de “vai dar certo, confia”.
E talvez seja essa a magia: por alguns instantes, a Lagoa acende… e o carioca também. A alma fica iluminada, o coração bate mais leve e, por alguns minutos, ninguém fala mal do clima, do trânsito ou das novelas da Globo. O que, convenhamos, já é um verdadeiro milagre de Natal.
A Coletiva de Imprensa aconteceu no Clube dos Caiçaras e contou com as presenças de Duda Magalhães (Dream Factory), Roberta Kelab (Backstage) Magda Chambriard (Presidente da Petrobras), Eduardo Cavaliere (vice-prefeito do Rio de Janeiro), Padre Omar e Nelson Drucker (Backstage)
