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Conclave: Os Bastidores Sombrios da Igreja | Crítica | Cinema

Foto do escritor: circuitogeralcircuitogeral

Provocações e reflexões sobre a Igreja e o poder

Conclave: Os Bastidores Sombrios da Igreja | Crítica | Cinema


Pontos Positivos:


  1. Atmosfera e Ambientação: "Conclave" se destaca pela recriação do ambiente do Vaticano, um lugar carregado de simbolismo e mistério. A ambientação, particularmente no Palácio Apostólico, é rica e detalhada, conseguindo capturar a tensão de um ambiente onde o poder religioso e político se misturam. Isso estabelece uma atmosfera tensa, que poderia servir de pano de fundo para um debate profundo sobre a Igreja e sua relação com o poder.

  2. Provocação e Cínico Olhar sobre o Poder: A obra se arrisca ao trazer à tona uma crítica ousada à estrutura hierárquica e de poder da Igreja Católica, retratando os cardeais como figuras manipuladoras e imorais. Esse olhar cínico, ao sugerir que a busca pelo poder, no seio da Igreja, se sobrepõe à espiritualidade, pode ser vista como uma tentativa de questionar a hipocrisia da instituição, o que gera uma provocação que pode instigar reflexão sobre os mecanismos de poder e corrupção em ambientes fechados.

  3. Direção e Roteiro de Edward Berger: A escolha do cineasta suíço Edward Berger, conhecido por sua habilidade em criar tensões psicológicas e dramáticas, confere ao filme uma dinâmica envolvente. Seu trabalho, junto ao roteiro de Peter Straughan, contribui para o tom de suspense e a sensação de claustrofobia, o que gera um ambiente propício para o desenrolar das intrigas e manobras políticas dos cardeais.


Pontos Negativos:


  1. Falta de Profundidade no Debate sobre a Igreja: Embora o filme toque em questões delicadas sobre a moralidade, a fé e as contradições da Igreja, ele falha em apresentar uma crítica construtiva ou uma reflexão genuína. Em vez de propor uma discussão profunda sobre as transformações históricas ou espirituais da Igreja, "Conclave" opta por um tom irreverente que se torna reducionista. A representação da Igreja como um mero "teatro de poder" enfraquece a potencialidade de um debate sobre os dilemas morais e as transformações internas necessárias na instituição.

  2. Provocações Vazias e Falta de Confronto Real: O filme se apresenta como um espaço de confronto entre o tradicional e o progressista, mas as tentativas de abordar questões como a aceitação progressiva dentro da Igreja acabam sendo vazias e desprovidas de profundidade. O tom provocativo não se traduz em um real questionamento da instituição ou de suas doutrinas, mas em uma zombaria rasa que não contribui para um debate genuíno sobre as mudanças necessárias dentro da Igreja.


Por Paulo Sales


Conclave
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