A Lua Vem da Ásia - Teatro Intenso, Mas Estéril
- circuitogeral

- 19 de ago.
- 1 min de leitura
Uma atuação visceral de Chico Diaz, marcada por entrega e domínio técnico
espetáculo assistido no dia 6 de julho 2025 - teatro vannucci - rj
Por Paulo Sales - Fotos: Circuito Geral
O espetáculo “A Lua Vem da Ásia”, pode ser resumido como uma experiência teatral intensa, tecnicamente sofisticada, mas emocionalmente ineficaz.
Em essência, trata-se de:
Um teatro do desconforto, que busca inquietar e provocar, mas acaba se tornando mais um exercício de estilo do que uma experiência verdadeiramente transformadora.
Uma atuação visceral de Chico Diaz, marcada por entrega e domínio técnico, mas que, ao longo da peça, parece se encerrar em si mesma — um virtuosismo que impressiona, mas não comove.
Uma encenação marcada por excessos: luz, som, vozes, tudo cuidadosamente composto, mas que, ao invés de amplificar o impacto emocional, cria um distanciamento. O resultado é uma estética do delírio que permanece elegante e controlada — quase asséptica.
Uma dramaturgia que aposta no fragmento e no diário interior, mas que se perde em seu próprio labirinto identitário, sem alcançar clareza ou ressonância simbólica.
Tentativas de crítica social e de humor que soam hesitantes, como se o espetáculo não soubesse exatamente até onde quer ou pode ir.
Em síntese:
A Lua Vem da Ásia é um espetáculo que quer ser denso, mas se torna hermético; quer provocar, mas recua; quer ser urgente, mas termina estéril. Sua maior franqueza talvez esteja no fato de revelar o próprio limite: ao invés de nos atravessar, nos esgota.














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