top of page

A Lua Vem da Ásia - Teatro Intenso, Mas Estéril

Uma atuação visceral de Chico Diaz, marcada por entrega e domínio técnico

espetáculo assistido no dia 6 de julho 2025 - teatro vannucci - rj

Por Paulo Sales - Fotos: Circuito Geral

O espetáculo “A Lua Vem da Ásia”, pode ser resumido como uma experiência teatral intensa, tecnicamente sofisticada, mas emocionalmente ineficaz.


Em essência, trata-se de:


  • Um teatro do desconforto, que busca inquietar e provocar, mas acaba se tornando mais um exercício de estilo do que uma experiência verdadeiramente transformadora.

  • Uma atuação visceral de Chico Diaz, marcada por entrega e domínio técnico, mas que, ao longo da peça, parece se encerrar em si mesma — um virtuosismo que impressiona, mas não comove.

  • Uma encenação marcada por excessos: luz, som, vozes, tudo cuidadosamente composto, mas que, ao invés de amplificar o impacto emocional, cria um distanciamento. O resultado é uma estética do delírio que permanece elegante e controlada — quase asséptica.

  • Uma dramaturgia que aposta no fragmento e no diário interior, mas que se perde em seu próprio labirinto identitário, sem alcançar clareza ou ressonância simbólica.

  • Tentativas de crítica social e de humor que soam hesitantes, como se o espetáculo não soubesse exatamente até onde quer ou pode ir.


Em síntese:


A Lua Vem da Ásia é um espetáculo que quer ser denso, mas se torna hermético; quer provocar, mas recua; quer ser urgente, mas termina estéril. Sua maior franqueza talvez esteja no fato de revelar o próprio limite: ao invés de nos atravessar, nos esgota.



Comentários


bottom of page