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Confinado: Quando um Elenco Brilhante Não Salva um Thriller Mal Escrito | Cinema

Você pode trancar um homem dentro de um carro. Mas trancar o bom senso, o roteiro e o respeito pela inteligência do espectador?

Confinado

Confinado: Quando um Elenco Brilhante Não Salva um Thriller Mal Escrito | Cinema


Você pode trancar um homem dentro de um carro. Mas trancar o bom senso, o roteiro e o respeito pela inteligência do espectador? Isso exige um nível de audácia cinematográfica que beira o criminoso.


"Confinado" é o tipo de filme que começa com uma premissa potente — o que só torna sua execução lamentável ainda mais imperdoável. Bill Skarsgård, preso em um SUV high-tech, se vê nas garras de um justiceiro sádico interpretado por Anthony Hopkins, que aqui não está atuando, mas prestando um favor torturante a um roteiro que deveria ter permanecido... confinado.


É admirável como o diretor Alberto Yarovesky conseguiu reunir dois talentos monstruosos — Skarsgård e Hopkins — e ainda assim produzir algo que parece menos um thriller psicológico e mais um PowerPoint doentio sobre justiça vigilante. A tensão é artificial, os diálogos são frios como um motor sem gasolina, e as reviravoltas fazem curvas tão forçadas que nem mesmo o GPS moral do espectador consegue recalcular a rota.


Hopkins entrega falas com a cadência de um homem que claramente aceitou o papel por esporte (ou contrato). E Skarsgård, por mais que se esforce, passa a maior parte do filme debatendo com um volante, como se a verdadeira ameaça fosse uma reunião de brainstorm que nunca deveria ter terminado em filme.


A direção tenta ser minimalista, mas cai no abismo entre o claustrofóbico e o enfadonho. E quando Yarovesky afirma que esta é uma “batalha de inteligência”, o espectador é forçado a perguntar: entre quem? Certamente não entre os roteiristas e o público.


O resultado? Um longa que tenta ser um duelo psicológico, mas termina como uma palestra de autoajuda vingativa com tortura acústica. Um filme que começa com promessas de suspense hitchcockiano e termina como um episódio descartado de Pânico na Estrada, dirigido por um algoritmo viciado em clichês.


Confinado não é apenas um thriller ruim. É uma advertência: não basta ter bons atores. É preciso ter um roteiro. Um motivo. E, acima de tudo, respeito pelo gênero ao qual se propõe. Porque quando se tranca o espectador em um filme ruim por noventa minutos, o verdadeiro sequestrado é ele.


confinado
2030

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