Roupa Nova - “Simplesmente” (Ou Simplesmente Roupa Nova, Mesmo)
- circuitogeral

- 28 de set.
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O show teve aquela energia de “encontro de turma do colégio”
Roupa Nova - “Simplesmente” (Ou Simplesmente Roupa Nova, Mesmo)
Na última sexta-feira, dia 26 de setembro, o Qualistage foi palco de uma noite emocionante.E o motivo? Roupa Nova, aquela banda que embalou mais relacionamentos do que motel na década de 80, subiu ao palco com a turnê "Simplesmente", um show que é basicamente o equivalente musical a um abraço de mãe com cheiro de Monange.
Logo nos primeiros acordes de “Dona”, o público já estava em estado de possessão afetiva. Era gente cantando de olho fechado, casais se abraçando, e pelo menos três pessoas mandando mensagem pro ex no WhatsApp. E olha que era só o começo. Quando chegou em “Coração Pirata”, metade da plateia já estava em estado de “me segura senão eu choro”, enquanto a outra metade chorava mesmo, sem resistência.
No palco, os veteranos Cleberson, Nando, Kiko, Serginho, Ricardo Feghali e Fábio Nestares, que assumiu os vocais após a perda do Paulinho em 2020, foi aquela mistura de respeito com personalidade. Não imitou o Paulinho, mas também não inventou de fazer remix eletrônico de “Whisky a Go-Go”, o que já merece um troféu.
Aliás, o show teve aquela energia de “encontro de turma do colégio”, só que com menos cerveja barata e mais gente com pressão alta. O palco, minimalista, era tão sóbrio que parecia cenário de TED Talk romântico. Mas deu certo: luz na medida, som limpo, e a plateia agradecida por não precisar ficar de pé por três horas como nos festivais modernos onde a única lembrança emocional é uma tendinite.
Teve até momento Beatles, com eles cantando “She’s Leaving Home”, porque Roupa Nova não é apenas nostalgia nacional, é internacionalmente sentimental também. O público reagiu como se fosse o primeiro beijo ao som de “Linda Demais”, só que agora com dor no ciático.
Claro que o tempo cobra seu preço. Algumas músicas vêm com aquela leve adaptada no tom tipo roupa antiga que você não fecha mais o botão, mas ainda usa porque tem história. Mas ninguém ali estava preocupado com afinação 100%. O que importava era o ‘feeling’, e isso teve de sobra. Foi uma noite onde todo mundo parecia saber que estava participando de algo que mistura história com terapia coletiva.
E o final? “Volta pra Mim”. Todo mundo de pé, chorando, cantando, e jurando que dessa vez vai voltar pra academia segunda-feira. A banda agradeceu e saiu deixando a mensagem que todo brasileiro ama ouvir: “enquanto houver coração pra sentir, a gente continua.” Se isso não é final de novela das oito, eu não sei o que é.
O show “Simplesmente” é Roupa Nova sendo... ‘simplesmente Roupa Nova’. Nostálgico, afinado, emocionado e com aquele cheirinho de VHS no ar. É um espetáculo que faz você querer mandar flores, pedir desculpa pra alguém e reassinar a TV por assinatura só pra rever o especial do Roberto Carlos de 1994.
E se você não chorou nesse show, sinto informar: seu coração foi substituído por uma JBL.
Por Paulo Sales







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