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Tuca Oliveira “A Nossa Vez” - O Álbum que Até Meu Avô Sentiu

Um álbum que não só toca como dá vontade de reparar na vida

Tuca Oliveira

Tuca Oliveira “A Nossa Vez” - O Álbum que Até Meu Avô Sentiu


Eu preciso contar para vocês sobre o novo álbum do Tuca Oliveira, A Nossa Vez. Eu ouvi o disco e, sinceramente, terminei emocionado, reflexivo e com vontade de largar tudo e ir morar em Muzambinho. Porque, se a água de lá faz alguém compor desse jeito, eu quero beber direto da fonte, com canudinho biodegradável, obviamente.


O Tuca é aquele tipo de artista que você escuta e pensa: “Meu Deus, por que esse homem sofre tão bonito? Por que meu término só rende textão no Instagram e nem um refrão decente?”


As músicas foram compostas ao longo de diferentes fases da vida dele. A gente aqui, quando passa por fases, normalmente só muda o corte de cabelo, o famoso “franja de recomeço”. Já o Tuca, não. Ele compõe 12 canções que parecem saídas de um filme francês em que todo mundo é triste, bonito e toca violão.


Agora, uma parte que mexeu comigo: a faixa “João”, homenagem ao avô. Eu comecei a ouvir achando que era uma música sobre um padeiro, sei lá. Mas não, é um negócio tão emocionante que até o meu próprio avô, que já não sente emoção desde 1998, mandou mensagem dizendo: “Menino, que música bonita. Quem é esse Tuca?” Fiquei chocado. Meu avô não me manda parabéns no aniversário, mas mandou elogio para o Tuca.


E tem também a história da faixa “A Nossa Vez”. O Tuca compôs, engavetou, esqueceu e reencontrou… é praticamente uma novela mexicana. Eu já me perdi em e-mails, agora música? Esse nível de lapso de memória eu só vejo em artista sensível mesmo. Mas aí ele encontra o Guilherme Arantes, mostra a música, o Guilherme se emociona e pronto. Se o Arantes chora, Brasil, é porque a música é boa.


Produzido pelo Júlio Raposo, o disco ainda tem sopros do Milton Guedes. É um álbum que não só toca como dá vontade de reparar na vida. Um negócio profundo, bonito, caloroso. E eu ouvindo aquilo tudo, pensando: “Caramba, estou devendo para mim mesmo um pouco de afeto, né?”


O Tuca faz isso. Ele te abraça e, ao mesmo tempo, te joga num espelho emocional. É quase uma sessão de terapia, só que com arranjo bonito. A vantagem é que você não precisa pagar consulta nem entrar em fila de espera.


Resumo final: A Nossa Vez é o tipo de álbum que parece feito com cuidado, carinho e aquele mesmo talento que o brasileiro usa para achar promoção no supermercado. É música para ouvir sorrindo, chorando e, se você for como eu, sorrindo e chorando ao mesmo tempo, aquele clássico combo água com açúcar.


Tuca Oliveira diz que o disco fala de amor, afeto e oportunidades. E eu digo que fala também de qualidade, originalidade e de como a gente precisa parar de subestimar mineiros, porque, quando eles aparecem, aparecem com 12 faixas, emoção e ainda tomam seu coração sem pedir licença.


Se esse álbum fosse uma pessoa, seria aquele amigo que te dá conselho bom, mas com leveza, riso e um pão de queijo quentinho na mão. E eu só posso concluir:


Tuca, meu filho, obrigado. E Muzambinho, me aguarde.


Por Paulo Sales

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